O destaque desta semana calha a Wincing the Night Away, o mais recente trabalho dos Shins, banda originária de Albuquerque, no Novo México. Segue-se a Oh, Inverted World (2001) e Chutes Too Narrow(2003). Tal como esses álbuns tem edição na Sub Pop/Transgressive, sendo lançado no dia 22 de Janeiro.
Dados a conhecer a um público mais vasto em 2004, quando contribuiram com duas músicas do seu primeiro álbum para a premiada banda sonora do filme Garden State, os Shins existem desde 1997, quando eram apenas o projecto paralelo de James Mercer e Jesse Sandoval (ambos tocavam nos Flake), só tendo passado a full-time em 1999, quando os outros membros dos Flake, Martin Crandall e Neal Langford, se juntaram aos Shins, deixando tudo mais ou menos como estava antes. Nesse ano e em 2000, lançaram dois singles, When I Goosestep e Nature Bears a Vacuum, que chamaram a atenção de gente como Isaac Brock dos Modest Mouse, com quem fizeram uma digressão, e da editora Sub Pop, que lhes ofereceu um contrato de edição. Para cumprir esse contrato, a banda deslocou-se para Portland, Oregon, onde após a substituição de Neal Langford por Dave Hernandez, gravaram Oh Inverted World e Chutes Too Narrow, etiquetados pela crítica com a obrigatória referência aos clássicos Beach Boys, por causa dos tons solarengos e alegres que marcavam esses álbuns. Se o primeiro causou sensação no movimento indie americano pelas melodias memoráveis, o segundo causou impacto pela produção de Phil Ek, que "poliu" o som dos Shins
Entretanto, e depois de adicionar Eric Johnson ao seu alinhamento, os Shins percorrem com Wincing the Night Away o mesmo caminho que percorreram nos anteriores álbuns, embora o sol pareça brilhar menos. Não é por isso que o álbum deixa de estar recheado de canções ao nível do melhor que já tinham feito, como Sleeping Lessons, canção sobre as insónias de que James Mercer sofria, e que abre o álbum numa toada quase espacial, Phantom Limb,uma canção refinada que é o primeiro single, ou a adorável Red Rabbits.
Wincing the Night Away é um desafio para uma banda que tem, neste momento, uma audiência maior e mais generalista que, ainda assim, espera com atenção e ansiedade o retorno dos rapazes do Novo México. Eles respondem da melhor forma que sabem: se actualizaram relativamente o seu som, continuam a usar os mesmos truques para construir pérolas-pop sorridentes, ainda que, porventura, sem o mesmo intimismo que atingiram em Chutes Too Narrow.
Descobrir este álbum é só mais uma boa razão para se ter o rádio ligado na antena da RUC entre as 12 e as 14 horas e ouvir "O Rádio é um Gajo Estranho".
Links
Site Oficial
MySpace
Transgressive
Sub Pop
Entrevista à Pitchfork
Etiquetas: Discos em Destaque
Quem assina esta crítica?
Posso pô-a no site da ruc?
Parece ter sido escrita pelo José Afonso Biscaia, também conhecido em certos círculos e circunferências como Biscaia Barreto, Zeca Afonso ou mesmo "Aquele Gajo de Direito"! Credita-lhe a coisa, faz-lhe publicidade - e, já agora, apresenta-lhe as tuas amigas giras! :)
sim a tudo:
sim, foi escrita por mim; sim podes pô-la no site; sim, podes-me apresentar as tuas amigas giras :P
bem... uma já está:
http://www.ruc.pt/sonoridade.php?id=84
e a outra já a conheces, Miss Apple Pie Sarah Sue MacMendes!
Sim, sou orgulhosamente um membro do clã que vai dominar o mundo e, quem sabe, a RUC: os MacMendes! ;)